O crescimento exponencial do uso de inteligência artificial (IA) abre um conjunto de oportunidades, mas traz consigo uma série de preocupações éticas.
Em 2016 a Microsoft fez um experimento e lançou o Tay, um chatbot de IA para ser utilizado no Twitter. Tay pretendia estabelecer uma conversa informal, principalmente com o público jovem (18 a 24 anos), mas ela não conseguiu blindar insultos racistas, piadas e comentários ofensivos, postando respostas antiéticas e ofensivas que obrigaram a Microsoft a encerrar o serviço após 16 horas do seu lançamento.
Recriminar a Inteligência Artificial é como reclamar de uma janela pela paisagem que ela expõe.
A IA utilizada no experimento simplesmente reproduziu o conteúdo negativo fornecido por alguns usuários, através daquilo que identificou no contexto em que foi treinada: o que se fala, o que se diz e o que se pensa.
Garantir que a IA traga valores e comportamentos corretos é uma tarefa complexa e é responsabilidade de todos, sendo indispensável que esses atributos sempre estejam contidos na especificação dessas soluções.
Existe no senado federal brasileiro um projeto de lei (2338) que dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial. É importantíssimo que você tome conhecimento, opine, divulgue e exija que os nossos representantes eleitos priorizem o desenvolvimento ético deste segmento priorizando os verdadeiros valores, direitos e deveres defendidos pela nossa sociedade.
Caberá a nós decidirmos o que colocaremos como valores e comportamentos corretos, pois a IA é apenas essa janela.
Essa é uma conversa longa, que precisamos iniciar o mais breve possível e que, infelizmente, não poderá ser escrita por uma Inteligência Artificial Generativa.